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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ortografia: dicas para a sala de aula

Uma professora cursista minha, enviou-me o seguinte e-mail:
FUI PARA O 2 ANO, ELES ESCREVEM ALFABETICAMENTE, PORÉM SÃO MUITO INSEGUROS E DEPENDENTES DE ALGUEM QUE FAÇA POR ELES. ENTENDE? EM ESPECIAL NA LEITURA. ENTÃO ME VEIO A IDEIA DE MONTAR UMA LISTA DE MERCADO.
1) AS CRIANÇAS MONTARAM SUAS LISTAS
2) SALVEI A DE CADA UM NO PEN DRIVE
3) VOU IMPRIMIR E CORRIGIR COM ELES, POR EXEMPLO EXISTIRAM MUITOS ERROS SEMELHANTES: XOCOLATE-SOCOLATE-DENTE-DETE-ALHO-ALIO ENTRE OUTROS....
COMO DEVO FAZER... NA LOUSA VOU PEGUNTANDO PRA ELES QUAL É A MELHOR MANEIRA DE  ESCREVER? E PEÇO PARA QUE ELES ARRUMEM? É ISSO? E COM AS QUE NÃO FORAM TÃO CITADAS ASSIM, MAS EXISTE ERRO, TIPO CARNI. FAÇO INDIVIDUALMENTE COM O ALUNO OU ABRO A DISCUSSÃO PAR O GRUPO?
4)APÓS FAZER A CORREÇÃO PRETENDO PEDIR PARA QUE ELES REESCREVAM PARA ANEXARMOS ENQUANTO REGISTRO. VC PODERIA ME ORIENTAR? NÃO QUERO FRUSTÁ-LOS!

Vamos então às dicas:

Bem, em 1º lugar, é normal que os recém-alfabéticos sejam inseguros, pois estão começando a descobrir outros padrões silábicos que não os canônicos (Consoante-Vogal). Assim, é preciso que os encoraje e mostre tranquilidade nesse momento. Sentindo-se seguros, eles logo avançarão. Porém, lembre-se também de ter o cuidado de não colocar "ninguém no colo". Se não passamos a ser “bengalas” e aí, eles só fazem com a nossa presença ou quando validamos suas tentativas. Se perceber que a criança pode mais do que o apresentado, diga a ela que você não aceita aquela produção, pois sabe que ela pode mais. Encoraje-os sempre misturando firmeza com acolhimento!
Quanto à lista, há algumas possibilidades, mas indico uma espécie de sequência para trabalhar com os pequenos:
1. Leve as palavras digitadas em uma única lista e faça uma espécie de jogo dos 7 erros (com 5 ou 10 ou quantos quiser). Diga a eles que aquelas palavras foram escritas por eles e que há X erros que precisam descobrir. Em duplas, deverão ler as palavras e marcar aquelas que estão erradas. Ao lado deverão escrever o jeito que consideram correto.
2. Em seguida, projete ou copie a mesma lista na lousa e faça uma discussão coletiva do que as crianças marcaram. Depois de assinalados os erros, passe para as possibilidades de escrita daquelas palavras. Pode ser que você tenha mais de uma possibilidade para a mesma palavra. Registre todas.
3. Em seguida, leia as palavras sugeridas e chame a atenção para a questão de que, apesar das escritas serem diferentes, na pronúncia elas ficam iguais ou muito semelhantes. Ex: chocolate - xocolate - xocolati - chocolati
4. Depois, conclua a atividade mostrando a eles qual é a maneira correta e explicando que, apesar de na fala não podermos saber qual a maneira correta, na escrita é preciso registrar de uma maneira que foi convencionada para que todos entendessem (aquela conversa de que nossa escrita é ortográfica e não fonética, traduzida numa linguagem na qual os pequenos possam entender).
5. Concluindo, faça um cartaz com essas palavras novas que aprenderam e que não poderão mais esquecer! (Esse cartaz deve ficar visível na sala por um tempo e ser substituído à medida que novas discussões ortográficas sejam realizadas).
É importante ter claro quais os casos em nossa língua, cuja escrita deriva de uma regra, categorizada pela literatura em: diretas, contextuais, morfogramaticais. Na escola é também preciso pensar numa evolução da discussão sobre ortografia com as crianças, ou seja, quais regularidades serão cobradas em cada ano, pois como são muitos casos, é preciso que se distribuam ao longo da escolaridade inicial, as reflexões sistemáticas sobre o princípio gerativo que norteia a escrita de determinadas palavras.

Um comentário:

  1. Muito bom post...Estou usando o seu blog pra colocar no mural dos professores, como DICAS DA SEMANA....
    Muito legal...bjos

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