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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Para formar leitores e escritores...

"Tal como um piloto de avião precisa acumular horas de voo para ser hábil, um escritor precisa somar muitas oportunidades de escrita." 
Mirta Torres


Para ler a entrevista completa de Mirta Torres para a Revista Nova Escola, acesse:


Aproveitem!

Sequências didáticas em leitura e escrita


Veja alguns destaques da palestra de Myriam Nemirovsky na Semana de Educação 2011 da Fundação Victor Civita, postado no blog da editora Ática/Scipione.
As sequências didáticas de leitura e de escrita na formação docente e na sala de aula
“Antes de começarmos, vamos estabelecer alguma definição acerca do termosequência didática. O aprendizado é um processo que requer que um sujeito viva certos tipos de situação de maneira regular, prolongada, sistemática e consistente, por meio de estratégias de médio e longo prazo, nas quais se possa constatar, analisar e refletir sobre o objeto de aprendizagem. Tais etapas constituem processos didáticos que podem ser chamados de sequências”.
“Os conteúdos curriculares são fatores determinantes do processo educativo. A abordagem de um tema ocorre a partir do planejamento prévio do docente, do surgimento de um fato ou problema social, do registro de um déficit ou carência específica em seu grupo, e de diversos outros fatores. Particularmente, acredito que o docente deva ser responsável pelo conteúdo ensinado. O jovem aluno — tenha ele quatro, 15 ou 20 anos — não pode definir sozinho como será o seu currículo escolar. Para mim, isto faz parte da responsabilidade docente”.
“Trabalho com três níveis de planejamento curricular: 1. Dos processos didáticos que serão desenvolvidos ao longo do ano; 2. Das sequências didáticas em si (aproximadamente mensais); 3. Das situações didáticas frequentes e regulares, que podem atender à pertinência dos eventos cotidianos”.
“Para o primeiro item, podemos trabalhar ao longo de todo o ano letivo a leitura regular de notícias jornalísticas, podemos promover a troca de correspondência interescolar – sim, correspondência, aquela prática pouco usual nos dias de hoje, mas que significa escrever e selar uma cartinha nos Correios… Podemos também fazer o acompanhamento de textos narrativos extensos – e quero dizer extensos de verdade; é possível ler com os alunos obras de mais de 200 ou 300 páginas, fragmento por fragmento, de forma consecutiva, para que se familiarizem com a literatura de fôlego. Podemos, ainda, trabalhar coletivamente a atualização, o aumento e a organização do acervo da biblioteca da sala de aula”.
“Ao longo dos níveis 2 e 3, o trabalho com diversos gêneros textuais nunca é demais: textos jornalísticos (é interessante acompanhar o noticiário com os alunos e discutir em grupo quais sujeitos são destaque, quando, como e por quais razões o são), textos publicitários (que são riquíssimos; por que não propor a criação de uma campanha publicitária?); textos instrucionais em geral (que tal elaborar um livro coletivo de receitas?)”.
“As sequências didáticas podem ser compartilhadas com outros professores e promover a aproximação com a arte ou com o estudo do funcionamento de sistemas orgânicos, por exemplo; levantar questionamentos sobre a História, sobre novas tecnologias; analisar causas e características de fatos e fenômenos sociais”.
“Para vocês visualizarem como estas conexões são possíveis, proponho que tomemos como ponto de partida a tela Moça com brinco de pérola, pintada no século 17 pelo holandês Johannes Vermeer. O primeiro passo é mostrar uma imagem do quadro aos alunos, para aos poucos cercá-los de informações e objetos de pesquisa: quem foi o pintor? Quando viveu? Onde viveu? Qual é a opinião dos especialistas sobre sua obra? Quais são suas outras obras?”.
“A segunda fase seria organizar uma exposição na escola com toda a informação compilada, para então aprofundarmos nossa investigação: sabiam que a pintura inspirou o romance Moça com Brinco de Pérola, lançado em 1999 pela escritora americana Tracy Chevalier? Da pintura, passamos à literatura, promovendo leituras em voz alta, estimulando o senso crítico das crianças com opiniões particulares sobre a obra”.
“Nesta sequência didática, seria importante discutir com os alunos os motivos pelos quais um quadro feito há mais de 300 anos inspirou um romance contemporâneo. E imaginar os processos de confecção deste trabalho: a autora jamais escreveria o livro exclusivamente a partir da imagem da pintura. Ela precisou, no mínimo, recompor o período histórico em que a obra de arte foi concebida”.
“Há mais a explorar neste exemplo, pois a tela e o livro inspiraram o filme Moça com Brinco de Pérola,  lançado em 2003 e dirigido pelo inglês Peter Webber. Agora, temos três instâncias de análise: a pintura, que gera o romance, que gera o roteiro cinematográfico. É possível compararmos as biografias dos três autores em questão: investigar as formas de vida, o comércio, a habitação, a vestimenta, a alimentação e os códigos sociais dos tempos de Vermeer, comparando-os aos dos autores contemporâneos. As relações de interdependência são uma das principais implicações de um processo didático”.
“O conhecimento gerado precisa, por fim, expressar-se também em fins práticos: o professor pode produzir com os alunos um folheto, um livro, organizar uma exposição voltada à comunidade escolar, apresentar a experiência a demais educadores”.

Formação de professores

A Semana de Educação de 2011, da Fundação Victor Civita, trouxe Myriam Nemirovsky e Mirta Torres para a discussão de temas voltados para as práticas de linguagem. As palestras foram muito enriquecedoras e o dia muito produtivo. Para obter o material apresentado pelas estudiosas, acesse o link abaixo.

Boa leitura!

http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/materiais-apresentacoes-semana-educacao-2011-644947.shtml